OBJETIVO: Verificar a exeqüibilidade e segurança do ecocardiograma sob estresse com dobutamina e atropina (EED) em octogenários. MÉTODOS: Avaliaram-se 5.467 EED, distribuídos entre grupo dos octogenários (GI=203) e grupo controle (GII=5.264). A idade média no GI=83±3 (80-95) e no GII=59±11 (17-79) anos. Os parâmetros resultantes do EED, coletados prospectivamente, foram comparados e analisados. RESULTADOS: O percentual de pacientes que atingiram freqüência cardíaca máxima foi em GI=63,5% e GII=41% (GI vs. GII; p<0,001), e o GI necessitou de menos atropina (GI=47% vs. GII=78%; p<0,001). A ocorrência de dor não foi significativamente diferente (GI=13% vs. GII=15,6%; p=0,429), nem o percentual de EED positivo para isquemia miocárdica (GI=20,7% vs. GII=16,9%; p=0,296), mas a concomitância entre EED positivo e ausência de dor (GI=17% vs. GII=11%; p=0,029) foi maior no grupo I. A ocorrência de extra-sistolia (GI=47,8% vs GII=27,6%; p<0,001) e taquiarritmia supraventricular (GI=5,9% vs. GII=1,9%; p=0,001) foi maior no grupo I. Das 11 taquiarritmias supraventriculares do grupo I, 9 reverteram espontaneamente. Não houve óbito, infarto ou prevalência de taquicardia ventricular. Só ocorreu fibrilação ventricular (2 casos; 0,03%) no GII. CONCLUSÃO: Apesar do menor uso de atropina para concluir o EED, os octogenários atingiram mais a freqüência cardíaca máxima. Houve uma maior correlação entre EED positivo para isquemia miocárdica e a ausência de dor. Apresentaram mais distúrbios do ritmo, todavia a resolução, em geral, foi espontânea. Em nosso estudo, o EED mostrou ser um método exeqüível e seguro para os octogenários.
OBJECTIVE: To assess the feasibility and safety of dobutamine-atropine stress echocardiography (DASE) in octogenarians. METHODS: We evaluated 5,467 DASE which were distributed in two groups: group I (GI) with 203 DASE performed in octogenarians, and group II (GII), the control group, with 5,264 DASE. The mean age of GI and GII was 83±3 (80-95) and 59±11 (17-79) years, respectively. DASE parameters that were prospectively collected, were compared and analyzed. RESULTS: The percentage of patients that achieved maximum heart rate was 63.5% in GI and 41% in GII (p<0.001), and GI patients required less atropine compared to GII (GI=47%, GII=78%, p<0.001).The presence of chest pain (GI=13%, GII=15.6%, p=0.429) and DASE positive for myocardial ischemia (GI=20.7%, GII=16.9%, p=0.296) were not statistically different between the two groups. However, concomitant positive DASE and absence of chest pain (GI=17%, GII=11%, p=0.029) was higher in GI. The incidence of premature beats in GI was higher than in GII (GI=47.8%, GII=27.6%, p<0.001), and there were more supraventricular tachyarrhythmias (ST) in GI than in GII (GI=5.9%, GII=1.9%, p=0.001). Out of 11 ST that happened in GI, 9 reverted spontaneously. There weren't either deaths or acute myocardial infarction. Ventricular fibrillation only happened in GII (2 cases, 0.03%). CONCLUSION: In the present study, octogenarians achieved maximum heart rate more frequently despite the lesser amount of atropine that they required for DASE completion. Moreover, in this elderly population, there was a higher correlation between positive DASE and absence of chest pain. Although octogenarians did present more heart rhythm disturbs, they usually resolved spontaneously. In our study, DASE proved to be feasible and safe in octogenarians.